Confissões de uma Acompanhante

Quando alguém me julga eu não me sinto menos, eu penso que a pessoa é que é menos. Eu lamento profundamente, quando vejo o tamanho do pensamento alheio. E não, de forma alguma estes pensamentos pequenos me esmagam. Mas sempre esmagam as pessoas que são donas deles.

Quando me julgam, me criticam ou tentam me agredir com alguma ofensa referente á minha moral, quer dizer, a minha total falta de moral pra continuar sendo sempre sincera, o que eu vejo do lado de quem atira a pedra é justamente uma pessoa em um momento infeliz de sua vida, no fundo decepcionada com ela própria e extremamente revoltada por não estar atingindo os seus objetivos enquanto vê outra pessoa conseguindo ou agindo da forma como ela gostaria de ter coragem de agir.

É que os vitoriosos nunca têm tempo para olhar e tentar degradar a vida do outro, isso porque estão preocupados demais em saborear a felicidade e planejar mais sucesso na sua própria vida.
Problema é justamente aqueles que ainda não se realizaram, porque quando estes olham para pessoas “imorais” e “decadentes”, como eu, e percebem que eu encontrei a minha fórmula particular de felicidade, então estas pessoas tornam-se revoltadas, simplesmente porque julgam que uma pessoa como eu, que dormiu com uma porção de homens (isso lhe incomoda?) e que diz o que pensa sem medo algum (você gostaria de ser assim?) não deveria merecer ser feliz, afinal, segundo estas pessoas a justiça da vida, ou Divina, não deveria sorrir para mim e sim para elas, afinal, elas não dormiram com uma porção de homens e somente disseram aquilo que os outros gostariam de ouvir, ou seja, consideram-se pessoas adequadas. Ou então, se dormiram com muitos, ainda assim se consideram mais merecedoras do que eu, isso porque em nome da moral e dos bons costumes fizeram isso em silêncio, mantendo portanto, a imagem intacta perante a sociedade e afinal, para estas pessoas, IMAGEM É TUDO!

Eu assumo deliberadamente, super feliz e com a consciência mais tranqüila do mundo de que sou um zero a esquerda no quesito regras morais sociais. Ré confessa de que sou uma pessoa “torta”, difamada, mal falada, sou uma P... na cama, adoro sexo e de preferência mais que uma vez por dia, não tenho nem um pingo de vergonha da minha história, não há um mísero centímetro de reputação nesse corpo todo e não ligo a mínima quando não gostam de mim. E digo, é SUPER ALIVIANTE poder ser eu mesma.

E poder ser autêntica sempre foi para poucos, porque sim, é preciso ter coragem e é por isso que ser feliz não é para muitos. Vai ser o dia que o mundo deixar de ser tão besta e tão cheio de pessoas hipócritas fingindo ser o que não são porque julgam que seguir o padrão é Divino e as torna melhores do que outras.
Nasci santa, mas preferi não permanecer assim. Não vi muita vantagem. E pior de tudo e que mais deixa as “puritanas” revoltadas comigo é que tem muito homem atrás de mim (Quer me matar? Vem), desculpa, mas também é verdade, tanto que não sei o que significa a palavra “to na seca”. Doeu? P... Que Pariu, eu imagino que dói, mas acredite, tem mais homem correndo atrás de mulheres impuras e mal faladas (e não é só para comer, tá? É para casar também) do que das Santas. E só estou repassando a informação que é para dar chance de determinadas mulheres reverem seus conceitos.

Não condeno a fraqueza alheia. Sim, eu condeno a maldade deliberada, mas a fraqueza nunca. Desde que se seja sincero, ser fraco não chega a ser um problema entre eu e a pessoa.

E por não condenar a fraqueza não critico, e por justamente não criticar tantos abrem seu coração para mim contando seus “pecados”. Sejamos realistas, ninguém quer abrir seu coração para alguém que se sabe que julgará e apontará o dedo com a veemência de um juiz. As pessoas abrem seu coração para aqueles que vão procurar entendê-las. Por isso muitas pessoas vêm até mim, por isso muitas pessoas sentem-se bem comigo. Porque sabem que são aceitas, desde que sejam sinceras. E somente pessoas muito loucas, vide aqui louca segundo o conceito social que é no fundo a designação mais correta para a palavra CORAGEM, assumem exatamente quem são e o que pensam independente da critica MUNDIAL.
Então, as pedras em cima da minha imagem começam a ser jogas. P..., P..., P...!!! Como se eu fosse só isso na vida... e como se eu fosse ruir por causa disso...hahaha... Foi isso que me fez forte na vida...
E agora eu te pergunto, o que é a expressão incorreta de uma palavra mediante toda uma lógica de raciocínio de um diálogo? Nada. Mas é que gente que é dona daqueles pensamentos que esmagam a si próprio tem tanta ânsia de criticar para diminuir o outro que sempre se tornam pessoas cegas.
E o que está por trás disso? O ego. As pessoas que mais julgam e criticam são as mais egocêntricas, porque elas não aceitam que o sol nasça para todos, imorais ou não. Quanto mais egocêntrica uma pessoa é maior é sua inveja sob o mundo. Elas pensam que só elas estão certas na vida e só elas merecem. As pessoas egocêntricas são as que castigam outros, mesmo de forma camuflada e indireta. E mais, os egocêntricos apelam para a falta de moral quase sempre, já perceberam isso? As pessoas mais erradas tentam parecer serem cheias de moral e as mais certas. Politicamente corretas, cheias de status, sobrenome e reputação inabalável.

As pessoas que mais me insultaram, castigaram e deliberadamente foram más comigo no fundo eram pessoas muito egoístas e odiavam não a mim, mas a forma livre com que me apresento á vida. Elas odiavam que eu tinha o que elas não tinham. Sim, a felicidade dos imorais incomoda de um jeito absurdo os egocêntricos que se julgam superiores. Digo, todos têm a capacidade de brilhar, mas é fato, pessoas em desequilíbrio tentam apagar o brilho de outros, disseminando inverdades na tentativa de diminuir a pessoa, no fundo porque sua luz própria não reluz o suficiente.

Ter de assumir que o outro tem direito também de se realizar e ser feliz é difícil quando você é uma pessoa em desequilíbrio, acostumada a julgar e a determinar o que é certo e o que é errado.
Simplesmente porque eles optaram em ser quem eram, em falar aquilo que pensavam e quebraram as regras do que naquela época julgava-se (de novo o julgamento conturbando a vida) ser o correto. Então o tempo passou e o homem viu que se equivocou, mas não mudou, porque vive a estar ainda apegado ao condicionamento daquilo que a maioria acredita ser a maneira certa de proceder.

E o mais inusitado de tudo, meus julgadores sempre são pessoas aparentemente corretas mas tão sem caráter que jamais poderiam abrir a boca para falar qualquer coisa sobre minha conduta. É, os que me criticam gostariam no fundo de ser eu ou no mínimo de me ter.